quarta-feira, 29 de abril de 2009

Minha Jornada Musical

Sou fascinado por música desde pequeno. Podia ficar horas e horas escutando uma música, repetindo-a, a ponto de saber todos os seus detalhes.



Sempre quis saber compor... e não foi à toa que minha primeira composição foi aos 8 anos de idade. Mas como meus pais não são músicos, nem há um na minha família, tive que aprender sozinho.

Nesta época, 1980, já gostava de todos os tipos de música, mas tinha uma tendência maior ao Rock. E por isso minha primeira composição foi um rock bem simples: "het-puma".

Eu compus esta música da seguinte maneira: estava indo para a praia com minha mãe, e tinha posto na minha cabeça que eu ia compor uma música (mesmo não sabendo nada de técnicas). Então, inocentemente, perguntei a minha amada mãe como é que se faz uma música, e ela, obviamente, respondeu: "sei lá, acho que você pensa e começa a cantar!". E nesse mesmo momento veio a minha música het-puma (sic), de supetão. Nem acreditava que tinha acabado de criar minha primeira música!

Como eu gostava do carro Puma, e também tinha criado, em desenho, uma versão hatch do Puma, minha música criada foi Hatch-Puma (só que aos 8 anos de idade eu escrevi het-puma! rs).

Após isso, comecei a criar mais e mais músicas, num estilo infantil, ou quase infantil, mas criava como se fosse gente grande! E isso me ajudou muito a adquirir certas habilidades que tenho hoje em dia.

Somente depois dos 14 anos é que, devido principalmente ao Filme AMADEUS, eu comecei a me fechar mais na música erudita. Infelizmente, devido a faculdade de engenharia e trabalho, me afastei da música e da composição. Mas tentei, sempre na medida do possível, estudar um pouco.

Fui autodidata até os meus 28 anos, quando percebi que não conseguia avançar mais com meus próprios conhecimentos e análises. Então, uma amiga, que é harpista de uma orquestra, me indicou o Doutor e Professor Carlos Almada (veja abaixo algumas relações de livro dele).

Isso se deu em agosto de 2001, e de lá até meados de 2005 tive aulas particulares com ele.

Participei de grupos de estudos, e agora comecei estes blogs de composição.

Desde o início das aulas com o Prof. Carlos Almada, me propus a querer aprender as técnicas utilizadas pelos compositores que mais admiro: Mozart, Bach, Beethoven. Estes três grandes Mestres da Música me ensinaram, e ainda me ensinam, muito!

Eu me fiz um desafio: compor como se eu vivesse naquela época. Como se eu tivesse seguindo os mesmos passos que tais grandes fizeram.

Porém, um amigo meu também compositor me indagou sobre isso: "Por que você quer compor como eles se você pode ser você mesmo?"

Essa frase me fez pensar naquele objetivo inicial, mas expliquei a ele, e a outros que me perguntaram a mesma coisa, que eu queria saber fazer igual (ou pelo menos próximo), para depois encontrar a minha própria expressão.


O meu próprio professor me defendeu dizendo que eu não imitava as músicas, mas criava da minha maneira músicas que poderiam ser colocadas naquela época. Essa era minha proposta.

Eu também dizia que, como numa pintura, se eu não souber fazer o básico, aquilo que já foi feito, e fazer bem, como é que eu vou poder avançar e criar algo novo? Como eu posso saber que estarei criando algo novo, algo meu, se eu não souber o que os outros, anteriores, já fizeram?

É claro que muitos podem dizer que é perda de tempo, bastava aprender algumas coisas e pronto... mas o meu desejo era maior. Era mais do que isso.

Eu queria ter a certeza de que conseguiria entender e fazer tal tipo de música.

E, na minha opinião, eu consegui fazer. E creio ter feito bem. Me dando bagagem para avançar nos meus estudos e adquirindo técnicas de composição bem sólidas!!!

Fiz muitas e muitas análises, individualmente ou em grupo, com meu professor ou outros amigos compositores. E sei da importância tremenda das análises. Schomberg já dizia isso. Tanto que escrevi isso em Análise Musical - uma explanação.

Depois, quando me senti firme em avançar, comecei estudos em outras escalas (ex.: modais, hexatônica, octatônica, acústicas, mística, etc...), outras técnicas (dodecafonismo, conjuntos, etc...), convergência e divergência de estilos... e muito que há por vir.

E neste mesmo tempo, comecei a buscar o meu próprio estilo, o meu próprio caminho.

É claro que isso não se consegue de uma hora pra outra. É um caminho.... um caminho árduo...

Poderia separar em 2 fases as minhas obras musicais: as de aprendizagem (até 2005), e as da busca pelo meu próprio caminho (de 2005 pra cá).

As de aprendizagem eu incluo, inclusive, aquelas que compus quando criança, e as que criei autodidaticamente, mas estas eu não coloquei neste blog. Fica para uma outra vez.

E as da busca pelo meu próprio caminho, eu digo que são obras de transição, obras que me levarão para algo que ainda não sei. Mas que não ficam pra trás em nada.


Eu nunca menosprezo qualquer música que eu faço. Mesmo que seja apenas como um estudo.

Pra mim, todas as peças musicais que faço são únicas, e são feitas com o máximo de esmero possível. E não adianta tentar refazer... pois o que eu concebi, tá feito. Não consigo refazer, apenas corrigir certos trechos. Talvez seja um defeito meu. (rs)  Por isso já perdi algumas músicas minhas.

Muitas músicas fiz de sopetão, outras nem tanto... mas não fico alterando algo que já fiz no passado. Se uma determinada música não serviu, então eu faço outra. Talvez por isso eu tenha mais de 200 peças criadas. Talvez não consiga colocar todas aqui.

Aqui neste blog, Minhas Composições (componist.blogspot.com), vou colocar músicas tanto da primeira fase (excluindo aquelas que já disse) quanto da segunda. Mas vou tentar dar mais ênfase a da minha segunda fase, que começa com as seguintes músicas:
  • Fuga a 12 sons - piano;
  • Te Deum - Coro, solistas (SATB) e Orquestra;
  • Sinfonia No. 5 em Dó Maior;
  • Estudos de Escalas.
A partir deste ano (2009), tenho as seguintes missões, compor:
  • 2 suítes: para flauta solo, e para Oboé e Violoncelo (ambos foram pedidos);
  • poema sinfônico: para coro e banda;
  • terminar meus estudos de Escalas;
  • uma pequena ópera teatral.
Pena a dificuldade em ser compositor erudito. Muitas vezes sem espaço, muitas vezes sem mercado, muitas vezes sem notoriedade, muitas vezes sem apoio.

A todos um grande abraço,

Carlos Augusto Correia

PS.: enquanto não atualizo este blog com minhas composições, acompanhem meu blog sobre técnicas de composição em Técnicas de Composição Musical

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